Rocking Cape Town
Que final de semana! E olha que nem acabou ainda!!! Eu comentei que iria escalar a Table Mountain com a Mandy e o Dion no sábado? Eu fui! Foi o máximo!!! Mas eu tenho muito pra contar antes de chegar na Table Mountain...
Na sexta-feira à tarde teve outra festa na casa dos marines, foi a despedida da Claudia e do Jeremy – um dos marines com quem eu peguei a balada do dia 13/04 (http://vaicarol.blogspot.com/2012/04/best-night-ever.html) – fui pra lá com o Leo em torno das 15h e a festa estava meio parada... Mas foi divertido! Conversei bastante com o pessoal e os marines me convidaram pra sair de novo. Eu comentei com eles e com o Chris – meu amigo e um dos motoristas dos marines – que eu queria ir a uma balada colored e o Chris falou para eles me levarem pra Swinguers – um lugar em Cape Flats. Na festa eu bebi um pouco, joguei sinuca e até basketball (!!), eu realmente devia estar mais bêbada do que eu pensei! Chegamos em casa pouco antes das 20h. Daí eu fui dar um banho no Leo, jantamos e eu trouxe ele pro meu quarto. Deixei ele brincando com um livro, deitei na minha cama e tirei um cochilo. Depois de uma meia hora eu falei pra ele que estava na hora de desligar o brinquedo pra dormir.
Ele chamou a Claudia, ela deitou no chão com ele até ele dormir. Eu descansei mais um pouquinho... Em torno das 22h eu mandei um torpedo pro Jessi, um dos marines perguntando se eles iam mesmo sair ou não e se eu estava convidada... Ele não me respondeu. Ele me ligou quase 23h avisando que estava passando por aqui... Eu ainda não tinha colocado pijamas, mas já estava na cama. Levantei rapidinho, me arrumei e em 15 minutos eles chegaram pra me pegar.
Dessa vez estávamos em poucas pessoas, somente o Jessi, o Markus, eu e o motorista. Mas esse motorista é mais senhor e ficou no carro, descansando enquanto a gente foi pra balada. Eles perguntaram se eu sabia o nome do lugar que o Chris falou pra eles me levarem, eu disse o nome e o motorista falou que sabia onde era.
Mas a Swinguers só abre a 1h da manhã, então encontramos o Chris em um karaokê e ficamos por lá até 1:30h ou 2h. O ruim de tudo isso é que eu não podia beber, eu sabia que conseguiria escalar a Table Mountain se eu não dormisse, mas com certeza não conseguiria se estivesse bêbada ou de ressaca...
O karaokê: o lugar é um inferninho! Bom, melhor do que aquele segundo lugar – que eu não sei o nome – que a gente foi da outra vez que eu sai com os marines. Na realidade o que eu não gostei do lugar é que todo mundo fica fumando lá dentro e a minha visão estava até turva de tanta fumaça que tinha lá dentro... Mas eu não podia reclamar, afinal estávamos lá porque eu queria ir em uma balada colored
Lá eu conheci alguns amigos do Chris, mas os únicos brancos eram os dois marines e eu! No começo todo mundo ficou olhando pra gente, mas depois de um tempo se eles se acostumaram ou perceberam que a gente estava como Chris. Conversei bastante com os meninos, o Jessi cantou uma música, eu dancei pra caramba! Sinceramente eu adoro sair com esses meninos porque eu me sinto uma princesa! Eles não me deixam gastar nem um centavo e ficam o tempo todo à minha volta.
Entre 1:30h e 2h fomos pra Swinguers. A casa abre a 1h e tem música ao vivo. Parece aqueles lugares no Brasil que a gente chama de “baile”: tem uma banda tocando, a pista de dança e muitos casais dançando. As mulheres sem companhia ficam sentadas e os homens vão tirá-las para dançar.
Eu acho que os marines e eu éramos os mais novinhos naquele lugar, mas mesmo assim me diverti muito. Eu não fiquei quieta um minuto, o Chris, o Jessi e o Markus dançaram comigo a noite toda!
Nem sei que horas saí de lá, só sei que cheguei em casa quase 7h da manhã e a Mandy tinha combinado de me pegar as 7h da manhã. Mandei um torpedo pra ela avisando que eu estava a caminho de casa e que se ela chegasse primeiro que eu era pra me esperar um pouco.
Tive sorte que ainda estava escuro e ela falou que ia demorar um pouco pra sair de casa. Fui direto pro chuveiro! Tomei um banho, lavei a cabeça – eu tava tão “fedida” que parecia que eu tinha rolado num cinzeiro – fui arrumar minhas coisas porque a noite eu iria em uma festa de aniversário surpresa de 50 anos do cunhado da Mandy com eles, arrumei meu quarto e comecei a preparar ovos mexidos pro meu café da manhã – eu estava faminta! – e eles chegaram. Eles: a Mandy e o Dion, o noivo dela. Falei pra eles me esperarem um pouquinho que eu só ia terminar meu café da manhã rapidinho e sairia.
Saímos de casa as 8:10h. O tempo estava claro, mas com algumas nuvens e muito frio. Bom estava melhor do que na hora que eu cheguei em casa porque choveu a noite toda! Eu estava realmente insegura se ia dar pra gente escalar a Table Mountain naquele dia.
Mas pro meu alívio as nuvens foram se dissipando e eles falaram que daria sim. Passamos no Pick n Pay, a Mandy comprou água e doce – pra gente se hidratar e ter energia – e fomos direto pra Table Mountain.
Eu estava super excitada e não estava me sentindo cansada ou com sono. Estacionamos o carro e seguimos a pé até o ponto onde iniciaríamos a escalada. Do estacionamento até esse ponto era pouco mais de 1km andando e foi fácil chegar lá. Há vários pontos que possibilitam a subida, mas eles falaram que esse era o mais fácil, rápido e muito bonito. Também me falaram que quando eles fazem esse trajeto – sim, eles já fizeram isso várias vezes – eles levam em torno de 2 horas para escalar, mas que quem vai na primeira vez pode levar entre duas horas e meia a três horas. Eu estava pensando que ficaria feliz se eu fizesse todo o trajeto em menos de três horas, pois não tenho condicionamento físico nenhum e tinha passado a noite na balada.
Começamos a subida! E em menos de 15 minutos eu já estava morrendo de calor e de dor nas pernas! Eu não sei o que eu imaginei, mas nunca subi tantos degraus na minha vida! E não estou falando de degraus bonitinhos, tipo escada. Estou falando de degraus feitos – na maior parte – pela natureza, de todos os tamanhos e formatos!
Continuamos subindo e chegamos no primeiro “marco” da subida: a parte de baixo do Cable Car (o teleférico que leva os menos aventureiros até o topo). Eu não acreditei! Parecia que eu já tinha subido meia montanha e na realidade a gente ainda estava nos “pés” da montanha. Juro que eu pensei que era uma boa hora de reconsiderar a loucura que eu estava fazendo, ir até o Cable Car e subir por lá. Mas “eu sou brasileira e não desisto nunca”, portanto não falei nada pra Mandy e pro Dion e continuamos subindo!
A escalada é incrível! O visual é inacreditável e depois de um tempo eu comecei a curtir de verdade. Até a dor nas pernas diminuiu e seguimos num ritmo razoável. Há muitas pessoas fazendo esse trajeto: vê-se turistas de toda a parte do mundo e até alguns locais. O mais engraçado de todos foi um cara que passou por nós na subida, praticamente correndo, parecendo super confortável e sem sapatos! Sim, sem sapatos! E ele andava na maior tranquilidade dando a sensação que as pedras no chão não estavam machucando os pés dele. Mas é claro que conforme a gente foi subindo eu fui ficando cansada. Chegou em um ponto que eu pensava: “mexe perna” e as minhas pernas respondiam: “você ta louca? Não!”, e parávamos pra descansar por alguns minutos. Mesmo assim valeu muito a pena! Vimos uma flor que é típica aqui de South Africa, que cresce na montanha e que é proibido arrancar, você não pode descer da montanha carregando essa flor. Vimos animais e pássaros. Um mais lindo que o outro! Ah, e o visual dos paredões da montanha... UAU! Não encontro palavras para descrever a beleza do lugar! E continuamos subindo! Eu realmente estava cansada, mas segui em frente. E depois de uma hora e pouco que a gente estava subindo encontramos novamente o cara dos pés descalços. Ele estava descendo! Ele já havia chegado ao cume e estava voltando, da mesma forma: quase correndo, super confortável e descalço! Me diverti muito com a Mandy e o Dion, foi exaustivo e maravilhoso! Sentir a montanha foi maravilhoso! Conforme a gente ia subindo e eu olhava para baixo eu não conseguia acreditar o quanto eu já tinha superado e como eu estava me superando! Depois que passamos de 1 hora de caminhada eu sabia que a gente ainda não estava exatamente no meio da subida, mas sabia também que não faltava muito para o meio e comecei a pensar que, talvez, só talvez eu conseguisse alcançar o cume em menos de 3 horas.
E o tempo todo os dois ficavam me incentivando! Quando chegamos mais ou menos na metade do caminho eu já me sentia vitoriosa porque estava chegando cada vez mais perto do topo e eles iam comemorando, junto comigo, cada degrau que eu subia. Só que foi mais ou menos nesse ponto que a Mandy me deu a pior notícia do dia: que a última parte da subida era a mais íngreme e que na primeira vez que ela subiu a Table Mountain ela praticamente se arrastou nessa parte. Eu pedi pra ela me dizer que ela estava brincando, mas ela falou que estava falando sério
E ela estava falando sério! Na “última parte” da escalada a subida se torna bem íngreme e minha pernas estavam doendo tanto que eu comecei a usar as mãos pra me ajudar a subir. “Dispensei” até minha garrafinha de água para ter as duas mãos livres. Levamos uns 40 minutos para fazer um trecho super curtinho, mas valeu a pena! Chegar no topo foi o máximo!!!
Mas ainda não estávamos exatamente no topo da Table Mountain! Havia uma última parte, dessa vez bem mais fácil pra gente subir e foi rapidinho! Tinha uma corrente e eu usei a corrente para me ajudar a subir...
Chegamos no topo da Table Mountain exatamente duas horas e quinze minutos depois que começamos a nossa escalada! E eu confesso que estou muito orgulhosa de mim mesma! Até mesmo o Dion e a Mandy disseram que eu mandei muito bem para uma primeira escalada.
Antes de chegar ao cume eu me sentia cansada, suada, com dor no corpo todo e sem controle total sobre as minhas pernas. Mas quando eu notei que estava no cume, que tinha conseguido escalar a Table Mountain tudo passou! Parecia mágica eu esqueci de tudo! Durante a subida eu dizia para eles: “não sei como vocês fizeram isso mais de uma vez”, mas quando eu cheguei no topo eu sabia que queria fazer isso de novo! Claro que não no mesmo dia, mas eu sabia que queria – ainda quero – ter essa experiência de novo! Novamente não tenho palavras pra descrever.
Eu via os turistas chegando ao cume pelo Cable Car e a minha vontade era virar pra eles e falar: “mew, deixa de ser idiota! Você perdeu a melhor parte do passeio, você tem que escalar pra poder sentir tudo o que eu senti!” Mas, claro, que só falei isso pra Mandy e pro Dion...
Lá em cima estava frio de verdade! E a montanha estava encoberta por nuvens... Então só deu pra ver um pedacinho de Camps Bay, não consegui ver mais nada de nenhum outro ponto onde há placas indicando o que você pode ver.
Aproveitando o frio entramos em uma lanchonete lá em cima pra tomar alguma coisa pra aquecer! A Mandy e eu tomamos chocolate quente e o Dion pediu um café. Estava uma delícia! Claro que eu queimei a língua, mas foi um dos melhores chocolates quentes da minha vida! E ele realmente me fez sentir mais aquecida!
E mesmo sem muita visão da cidade e das outras montanhas por causa das nuvens essa escalada está na minha lista “South Africa top 3”. As outras duas coisas são o skark diving (http://vaicarol.blogspot.com/2012/04/shark-diving-i-did-it-parte-1.html) e quando eu entrei na jaula dos leõezinhos (http://vaicarol.blogspot.com/2011/12/christmas-holiday-parte-1.html). O mais engraçado é que eu não planejei escalar a Table Mountain. Eu queria ir até lá, mas sempre pensei no Cable Car. A escalada foi uma coisa que “aconteceu”,pra ser honesta eu pensava que eu não seria capaz de fazer isso, mas quando a Mandy e o Dion falaram que fazem e me convidaram eu não pensei duas vezes e topei e foi uma das melhores coisas que fiz aqui em South Africa!
Na descida utilizamos o Cable Car. A gente tinha combinado isso e eu não aguentaria descer. Meu corpo não estava doendo,mas eu sabia que se começasse a fazer exercicios de novo só chegaria aos pés da montanha se fosse carregada.
Bom, fim do passeio, voltei pra casa e descansei, ceeeerto? Errado! Depois que saímos da Table Mountain eles me levaram pra ver um outro lugar chamado Signal Hill. É lindo! Dá pra ver a praia, as montanhas e até o estádio de futebol que foi construído pra Copa do Mundo.
Voltamos pra casa deles em torno das 2h, tomei um banho e almoçamos. Na subida eu havia falado pra eles a respeito de um filme chamado 127 horas e depois que almoçamos esse filme começou a passar na TV. Deitamos nos sofás, ficamos assistindo e eu acabei dormindo. Dormi por umas 2 horas e quando acordei já estava quase na hora de irmos pra festa do cunhado da Mandy.
A festa foi o máximo!!! Me diverti pra caramba! Comi bem e bebi um pouco! A Mandy ficou bêbada e eu quase. Dancei muito – tocaram até Macarena, dá pra acreditar? – chegamos na casa dela pouco depois da meia noite. Eu caí na cama e desmaiei! Acordei hoje às 9h. Tomei café e a Mandy me trouxe pra casa.
Deixamos minhas coisas aqui, a Claudia e o Leo não estavam, e eu perguntei se ela podia me deixar no Blue Route. Fomos até lá e quando fui me despedir dela eu comecei a chorar! Ela é uma das pessoas que eu vou sentir falta... Está difícil de acreditar que em 9 dias eu estarei deixando tudo isso aqui para trás. E a sensação é diferente de quando eu deixei o Brasil porque eu sabia que iria voltar, não estava certa a respeito de quando voltaria, mas sabia que iria voltar... Aqui não, a possibilidade de voltar é muito pequena. Mas ninguém sabe a respeito do futuro, ne?
Em todo caso ela me prometeu que eles vão me visitar no Brasil, então estarei esperando por eles lá em 2014!
#VaiCarol
Na sexta-feira à tarde teve outra festa na casa dos marines, foi a despedida da Claudia e do Jeremy – um dos marines com quem eu peguei a balada do dia 13/04 (http://vaicarol.blogspot.com/2012/04/best-night-ever.html) – fui pra lá com o Leo em torno das 15h e a festa estava meio parada... Mas foi divertido! Conversei bastante com o pessoal e os marines me convidaram pra sair de novo. Eu comentei com eles e com o Chris – meu amigo e um dos motoristas dos marines – que eu queria ir a uma balada colored e o Chris falou para eles me levarem pra Swinguers – um lugar em Cape Flats. Na festa eu bebi um pouco, joguei sinuca e até basketball (!!), eu realmente devia estar mais bêbada do que eu pensei! Chegamos em casa pouco antes das 20h. Daí eu fui dar um banho no Leo, jantamos e eu trouxe ele pro meu quarto. Deixei ele brincando com um livro, deitei na minha cama e tirei um cochilo. Depois de uma meia hora eu falei pra ele que estava na hora de desligar o brinquedo pra dormir.
Ele chamou a Claudia, ela deitou no chão com ele até ele dormir. Eu descansei mais um pouquinho... Em torno das 22h eu mandei um torpedo pro Jessi, um dos marines perguntando se eles iam mesmo sair ou não e se eu estava convidada... Ele não me respondeu. Ele me ligou quase 23h avisando que estava passando por aqui... Eu ainda não tinha colocado pijamas, mas já estava na cama. Levantei rapidinho, me arrumei e em 15 minutos eles chegaram pra me pegar.
Dessa vez estávamos em poucas pessoas, somente o Jessi, o Markus, eu e o motorista. Mas esse motorista é mais senhor e ficou no carro, descansando enquanto a gente foi pra balada. Eles perguntaram se eu sabia o nome do lugar que o Chris falou pra eles me levarem, eu disse o nome e o motorista falou que sabia onde era.
Mas a Swinguers só abre a 1h da manhã, então encontramos o Chris em um karaokê e ficamos por lá até 1:30h ou 2h. O ruim de tudo isso é que eu não podia beber, eu sabia que conseguiria escalar a Table Mountain se eu não dormisse, mas com certeza não conseguiria se estivesse bêbada ou de ressaca...
O karaokê: o lugar é um inferninho! Bom, melhor do que aquele segundo lugar – que eu não sei o nome – que a gente foi da outra vez que eu sai com os marines. Na realidade o que eu não gostei do lugar é que todo mundo fica fumando lá dentro e a minha visão estava até turva de tanta fumaça que tinha lá dentro... Mas eu não podia reclamar, afinal estávamos lá porque eu queria ir em uma balada colored
Lá eu conheci alguns amigos do Chris, mas os únicos brancos eram os dois marines e eu! No começo todo mundo ficou olhando pra gente, mas depois de um tempo se eles se acostumaram ou perceberam que a gente estava como Chris. Conversei bastante com os meninos, o Jessi cantou uma música, eu dancei pra caramba! Sinceramente eu adoro sair com esses meninos porque eu me sinto uma princesa! Eles não me deixam gastar nem um centavo e ficam o tempo todo à minha volta.
Entre 1:30h e 2h fomos pra Swinguers. A casa abre a 1h e tem música ao vivo. Parece aqueles lugares no Brasil que a gente chama de “baile”: tem uma banda tocando, a pista de dança e muitos casais dançando. As mulheres sem companhia ficam sentadas e os homens vão tirá-las para dançar.
Eu acho que os marines e eu éramos os mais novinhos naquele lugar, mas mesmo assim me diverti muito. Eu não fiquei quieta um minuto, o Chris, o Jessi e o Markus dançaram comigo a noite toda!
Nem sei que horas saí de lá, só sei que cheguei em casa quase 7h da manhã e a Mandy tinha combinado de me pegar as 7h da manhã. Mandei um torpedo pra ela avisando que eu estava a caminho de casa e que se ela chegasse primeiro que eu era pra me esperar um pouco.
Tive sorte que ainda estava escuro e ela falou que ia demorar um pouco pra sair de casa. Fui direto pro chuveiro! Tomei um banho, lavei a cabeça – eu tava tão “fedida” que parecia que eu tinha rolado num cinzeiro – fui arrumar minhas coisas porque a noite eu iria em uma festa de aniversário surpresa de 50 anos do cunhado da Mandy com eles, arrumei meu quarto e comecei a preparar ovos mexidos pro meu café da manhã – eu estava faminta! – e eles chegaram. Eles: a Mandy e o Dion, o noivo dela. Falei pra eles me esperarem um pouquinho que eu só ia terminar meu café da manhã rapidinho e sairia.
Saímos de casa as 8:10h. O tempo estava claro, mas com algumas nuvens e muito frio. Bom estava melhor do que na hora que eu cheguei em casa porque choveu a noite toda! Eu estava realmente insegura se ia dar pra gente escalar a Table Mountain naquele dia.
Mas pro meu alívio as nuvens foram se dissipando e eles falaram que daria sim. Passamos no Pick n Pay, a Mandy comprou água e doce – pra gente se hidratar e ter energia – e fomos direto pra Table Mountain.
Eu estava super excitada e não estava me sentindo cansada ou com sono. Estacionamos o carro e seguimos a pé até o ponto onde iniciaríamos a escalada. Do estacionamento até esse ponto era pouco mais de 1km andando e foi fácil chegar lá. Há vários pontos que possibilitam a subida, mas eles falaram que esse era o mais fácil, rápido e muito bonito. Também me falaram que quando eles fazem esse trajeto – sim, eles já fizeram isso várias vezes – eles levam em torno de 2 horas para escalar, mas que quem vai na primeira vez pode levar entre duas horas e meia a três horas. Eu estava pensando que ficaria feliz se eu fizesse todo o trajeto em menos de três horas, pois não tenho condicionamento físico nenhum e tinha passado a noite na balada.
Começamos a subida! E em menos de 15 minutos eu já estava morrendo de calor e de dor nas pernas! Eu não sei o que eu imaginei, mas nunca subi tantos degraus na minha vida! E não estou falando de degraus bonitinhos, tipo escada. Estou falando de degraus feitos – na maior parte – pela natureza, de todos os tamanhos e formatos!
Continuamos subindo e chegamos no primeiro “marco” da subida: a parte de baixo do Cable Car (o teleférico que leva os menos aventureiros até o topo). Eu não acreditei! Parecia que eu já tinha subido meia montanha e na realidade a gente ainda estava nos “pés” da montanha. Juro que eu pensei que era uma boa hora de reconsiderar a loucura que eu estava fazendo, ir até o Cable Car e subir por lá. Mas “eu sou brasileira e não desisto nunca”, portanto não falei nada pra Mandy e pro Dion e continuamos subindo!
A escalada é incrível! O visual é inacreditável e depois de um tempo eu comecei a curtir de verdade. Até a dor nas pernas diminuiu e seguimos num ritmo razoável. Há muitas pessoas fazendo esse trajeto: vê-se turistas de toda a parte do mundo e até alguns locais. O mais engraçado de todos foi um cara que passou por nós na subida, praticamente correndo, parecendo super confortável e sem sapatos! Sim, sem sapatos! E ele andava na maior tranquilidade dando a sensação que as pedras no chão não estavam machucando os pés dele. Mas é claro que conforme a gente foi subindo eu fui ficando cansada. Chegou em um ponto que eu pensava: “mexe perna” e as minhas pernas respondiam: “você ta louca? Não!”, e parávamos pra descansar por alguns minutos. Mesmo assim valeu muito a pena! Vimos uma flor que é típica aqui de South Africa, que cresce na montanha e que é proibido arrancar, você não pode descer da montanha carregando essa flor. Vimos animais e pássaros. Um mais lindo que o outro! Ah, e o visual dos paredões da montanha... UAU! Não encontro palavras para descrever a beleza do lugar! E continuamos subindo! Eu realmente estava cansada, mas segui em frente. E depois de uma hora e pouco que a gente estava subindo encontramos novamente o cara dos pés descalços. Ele estava descendo! Ele já havia chegado ao cume e estava voltando, da mesma forma: quase correndo, super confortável e descalço! Me diverti muito com a Mandy e o Dion, foi exaustivo e maravilhoso! Sentir a montanha foi maravilhoso! Conforme a gente ia subindo e eu olhava para baixo eu não conseguia acreditar o quanto eu já tinha superado e como eu estava me superando! Depois que passamos de 1 hora de caminhada eu sabia que a gente ainda não estava exatamente no meio da subida, mas sabia também que não faltava muito para o meio e comecei a pensar que, talvez, só talvez eu conseguisse alcançar o cume em menos de 3 horas.
E o tempo todo os dois ficavam me incentivando! Quando chegamos mais ou menos na metade do caminho eu já me sentia vitoriosa porque estava chegando cada vez mais perto do topo e eles iam comemorando, junto comigo, cada degrau que eu subia. Só que foi mais ou menos nesse ponto que a Mandy me deu a pior notícia do dia: que a última parte da subida era a mais íngreme e que na primeira vez que ela subiu a Table Mountain ela praticamente se arrastou nessa parte. Eu pedi pra ela me dizer que ela estava brincando, mas ela falou que estava falando sério
E ela estava falando sério! Na “última parte” da escalada a subida se torna bem íngreme e minha pernas estavam doendo tanto que eu comecei a usar as mãos pra me ajudar a subir. “Dispensei” até minha garrafinha de água para ter as duas mãos livres. Levamos uns 40 minutos para fazer um trecho super curtinho, mas valeu a pena! Chegar no topo foi o máximo!!!
Mas ainda não estávamos exatamente no topo da Table Mountain! Havia uma última parte, dessa vez bem mais fácil pra gente subir e foi rapidinho! Tinha uma corrente e eu usei a corrente para me ajudar a subir...
Chegamos no topo da Table Mountain exatamente duas horas e quinze minutos depois que começamos a nossa escalada! E eu confesso que estou muito orgulhosa de mim mesma! Até mesmo o Dion e a Mandy disseram que eu mandei muito bem para uma primeira escalada.
Antes de chegar ao cume eu me sentia cansada, suada, com dor no corpo todo e sem controle total sobre as minhas pernas. Mas quando eu notei que estava no cume, que tinha conseguido escalar a Table Mountain tudo passou! Parecia mágica eu esqueci de tudo! Durante a subida eu dizia para eles: “não sei como vocês fizeram isso mais de uma vez”, mas quando eu cheguei no topo eu sabia que queria fazer isso de novo! Claro que não no mesmo dia, mas eu sabia que queria – ainda quero – ter essa experiência de novo! Novamente não tenho palavras pra descrever.
Eu via os turistas chegando ao cume pelo Cable Car e a minha vontade era virar pra eles e falar: “mew, deixa de ser idiota! Você perdeu a melhor parte do passeio, você tem que escalar pra poder sentir tudo o que eu senti!” Mas, claro, que só falei isso pra Mandy e pro Dion...
Lá em cima estava frio de verdade! E a montanha estava encoberta por nuvens... Então só deu pra ver um pedacinho de Camps Bay, não consegui ver mais nada de nenhum outro ponto onde há placas indicando o que você pode ver.
Aproveitando o frio entramos em uma lanchonete lá em cima pra tomar alguma coisa pra aquecer! A Mandy e eu tomamos chocolate quente e o Dion pediu um café. Estava uma delícia! Claro que eu queimei a língua, mas foi um dos melhores chocolates quentes da minha vida! E ele realmente me fez sentir mais aquecida!
E mesmo sem muita visão da cidade e das outras montanhas por causa das nuvens essa escalada está na minha lista “South Africa top 3”. As outras duas coisas são o skark diving (http://vaicarol.blogspot.com/2012/04/shark-diving-i-did-it-parte-1.html) e quando eu entrei na jaula dos leõezinhos (http://vaicarol.blogspot.com/2011/12/christmas-holiday-parte-1.html). O mais engraçado é que eu não planejei escalar a Table Mountain. Eu queria ir até lá, mas sempre pensei no Cable Car. A escalada foi uma coisa que “aconteceu”,pra ser honesta eu pensava que eu não seria capaz de fazer isso, mas quando a Mandy e o Dion falaram que fazem e me convidaram eu não pensei duas vezes e topei e foi uma das melhores coisas que fiz aqui em South Africa!
Na descida utilizamos o Cable Car. A gente tinha combinado isso e eu não aguentaria descer. Meu corpo não estava doendo,mas eu sabia que se começasse a fazer exercicios de novo só chegaria aos pés da montanha se fosse carregada.
Bom, fim do passeio, voltei pra casa e descansei, ceeeerto? Errado! Depois que saímos da Table Mountain eles me levaram pra ver um outro lugar chamado Signal Hill. É lindo! Dá pra ver a praia, as montanhas e até o estádio de futebol que foi construído pra Copa do Mundo.
Voltamos pra casa deles em torno das 2h, tomei um banho e almoçamos. Na subida eu havia falado pra eles a respeito de um filme chamado 127 horas e depois que almoçamos esse filme começou a passar na TV. Deitamos nos sofás, ficamos assistindo e eu acabei dormindo. Dormi por umas 2 horas e quando acordei já estava quase na hora de irmos pra festa do cunhado da Mandy.
A festa foi o máximo!!! Me diverti pra caramba! Comi bem e bebi um pouco! A Mandy ficou bêbada e eu quase. Dancei muito – tocaram até Macarena, dá pra acreditar? – chegamos na casa dela pouco depois da meia noite. Eu caí na cama e desmaiei! Acordei hoje às 9h. Tomei café e a Mandy me trouxe pra casa.
Deixamos minhas coisas aqui, a Claudia e o Leo não estavam, e eu perguntei se ela podia me deixar no Blue Route. Fomos até lá e quando fui me despedir dela eu comecei a chorar! Ela é uma das pessoas que eu vou sentir falta... Está difícil de acreditar que em 9 dias eu estarei deixando tudo isso aqui para trás. E a sensação é diferente de quando eu deixei o Brasil porque eu sabia que iria voltar, não estava certa a respeito de quando voltaria, mas sabia que iria voltar... Aqui não, a possibilidade de voltar é muito pequena. Mas ninguém sabe a respeito do futuro, ne?
Em todo caso ela me prometeu que eles vão me visitar no Brasil, então estarei esperando por eles lá em 2014!
#VaiCarol
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