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Mostrando postagens de fevereiro, 2012

Miriam's Song

Tudo o que eu li nesse livro me deixou muito impressionada, é muito além do que eu aprendi na escola, muito além das minhas pesquisas na internet e, às vezes, até mais cruel do que algumas histórias que a Caroline me contou. E eu não me refiro somente às condições de estudo por causa da Bantu Education (educação para negros), me refiro a tudo: a Miriam vivia em um lugar perto de Johanesburg chamado Alexandra, uma área exclusiva para negros. Em Alexandra as casas não tinham energia elétrica e nem água encanada. Pelo que eu entendi todos moravam em espécies de cortiços, em casas de 2 cômodos que, no caso dela, era dividida por uma família de 9 pessoas. Mas dependendo da família eram mais pessoas nas casas, mas as casas nunca eram muito maiores do que 2 ou 3 cômodos e com uma fossa no quintal que era dividida entre todas as casas do quintal. A taxa de desemprego em Alexandra na década de 80 chegava a 60% e a violência – inclusive por parte dos policiais – era muito grande. As taxas de e

Passeios

Antes de ir viajar, a Claudia me falou que uma moça lá do consulado, a Julia, iria me ligar pra combinarmos de sairmos a noite na sexta. Eu já conhecia a Julia daquela festa aqui em casa e de outra que eu fui no consulado. Na quinta, depois que a Claudia saiu, a Julia mandou um SMS falando a respeito da saída na sexta e falou que ligaria na sexta para combinarmos. Na quinta à noite a Claudia me ligou falando que eles tinham chegado bem em Johanesburg, mas que o Leo chorou no aeroporto falando que estava com saudades de mim... Isso cortou meu coração! Eu já aprendi a amar esse pequenininho. Então falei com ele um pouco no telefone e falei pra ele ficar bem, ficar feliz porque logo ele estaria de volta, pra ficar comigo. Na sexta à tarde a Julia ligou falando que não daria pra gente sair, mas que ela tinha uma festa de uns amigos para ir no sábado a tarde e se eu queria ir com ela. Nem pensei, topei na hora! Então ela ficou de me ligar no sábado de manhã para combinarmos tudo certinho

3 semanas

Hoje a Claudia e o Leo foram para o Brasil. Ela foi pra trabalhar, dar uma força no consulado em Sampa, o Leo vai ficar no Rio com o pai dele. A coisa ta tão apertada no consulado em Sampa que se algum diplomata americano “pensa” que sabe português – igual brasileiro que pensa que sabe espanhol – eles convocam pra ajudar lá. Mas o lado bom dessa viagem é que assim ela vai poder visitar as escolas que ela tem visto na internet pro Leo. Particularmente eu estou dividida entre duas: uma que seria boa para ele hoje, aos quase 5 anos, porque é uma escola que foca a arte, cultura e não tem provas e outra que seria boa pra ele no futuro porque ela tem o currículo brasileiro e o americano, ou seja, ao terminar o ensino médio – se eles ficarem no Brasil por tanto tempo assim – ele vai poder escolher entre cursar uma faculdade no Brasil ou nos States sem precisar de nenhum tipo de complemento educacional. Além do mais se antes disso eles se mudarem pros States ele também não vai ficar atrasado

Desventuras em South Africa

Agora eu me sinto mais segura por aqui: o idioma não me assusta mais, já conheço os caminhos que eu sempre faço, não me incomodo com as pessoas me olhando como se eu fosse um ET no taxi e até me adaptei à mão de direção invertida – tanto como pedestre quanto como motorista. Então, claro que tinha que acontecer alguma coisa pra me mostrar que confiança sempre é bom, mas excesso de confiança não é legal. Hoje eu saí atrasada pra ir pra escola. Na real eu tenho saído meio atrasada todos os dias porque eu espero a Caroline chegar para levar o Leo na escola e com isso acordo ele no horário normal dele e vou arrumando ele. Quando ela chega, ele está quase pronto mas sempre falta alguma coisa. Daí vou falando com ela, arrumando ele e acabo saindo de casa uns 10 minutos mais tarde do que eu costumava sair ano passado. Com o atraso de 10 minutos eu geralmente perco meu ônibus e tenho que ir de trem. Até aí sem problemas, agora aprendi que tenho que pegar a primeira classe e assim as pessoas

Novidades?

Sei que ando meio relapsa com o blog, mas é que a vida por aqui não tem muitas novidades e a internet não tem colaborado. Voltei com todo o gás para a escola e outro dia entrou outra brasileira na minha sala. O nome dela é Juliana, ela é bem legal, do Rio Grande do Sul, e tem 28 anos. Ela está hospedada na casa de parentes em Claremont e me falou de outra escola que ela estava cursando ali perto da nossa escola. Ela comentou que lá tem muitos brasileiros só que o problema é que a escola é um pouco mais cara. Em todo caso vou lá qualquer dia para ver o que rola. Mas voltando à minha escola, agora tem uns menininhos (menininhos mesmo, um tem 19 anos) me paquerando, mas eu realmente não to a fim de cuidar de mais uma criança – só o Leo já ocupa todo o espaço das crianças na minha vida aqui em Cape Town. Então vou levando eles no banho-maria e a vida vai seguindo... Eu queria mesmo uns amigos pra balada, pra bagunçar, gente solteira que possa me levar pra conhecer a noite aqui de Cape Tow

Lice

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Nossas últimas visitas ainda são lembradas aqui em casa... Às vezes pelo comportamento do Leo – que já melhorou bastante – e agora porque eu acho que estou com piolhos – a Clara estava com piolhos quando elas vieram pra cá. Sábado fomos pra cooking class e depois ao cabeleireiro – a Claudia ia cortar o cabelo dela e do Leo – mas antes do cabeleireiro passamos no Mac e eu comi meu primeiro Mac Fish, agora é oficial: sou vegetariana! O sabor inicial do lanche não me agradou, mas eu posso me acostumar a isso. No Mac o Leo ganhou um Pikachu no Mac Lanche Feliz e ali, na hora, já começou a chamar o bichinho de “Pi-katchup” No cabeleireiro foi tudo tranquilo, até descobrimos um parque lá perto e o Leo e eu ficamos cerca de 1 hora por lá, brincando. E depois nós fomos tirar sobrancelhas – mãe me perdoa, eu aguentei o máximo que eu pude! Quando chegamos no lugar pra tirar a sobrancelha, aqui perto de casa, a Claudia foi fazer a dela e eu fiquei com o Leo. Enquanto a gente brincada eu en

E a semana passou voando...

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Depois do suicídio financeiro decidi andar mais um pouco no shopping, mas fiquei cansada e decidi voltar pra casa. A Claudia estava aguardando alguns amigos dela ligarem pra ela sair com o Leo e eles, mas o pessoal furou. Então eu sugeri que saíssemos nós três e ela topou! Fomos a uma praia aqui perto de casa, Long Beach em Noordhoek . Chegamos lá as 6 horas da tarde, mas parecia 4h! O sol ainda estava alto e o dia, super agradável! A Claudia gosta de correr, então ficamos o Leo e eu em um ponto e ela saiu correndo – literalmente. Nos divertimos muito. Mas a água é muito mais gelada do que eu podia imaginar. Milhões de vezes mais gelada do que eu pensei. Só pra comparar imagine colocando seus pés em uma vasilha cheia de gelo. É essa a sensação! Eu realmente só molhei os pés. E a cada vez que eu pisava na água dava a impressão que eu tinha perdido os pés de tão fria que a água estava, a água nessa praia é mais fria que em Bolders Beach, a praia dos pinguins. Já o Leo adorou! Acho

Suicídio financeiro

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Comprei uma calça MARAVILHOSA da Levi’s hoje! Gastei todo o dinheiro que eu estava guardando pra pagar a minha escola! Às vezes acho que realmente deixo o juízo em casa pra não perder na rua! KKKK

Are you brazilian?

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Essa, clássica, veio do FB... Confesso que já respondi quase todas essas perguntas exatamente dessa forma... Só faltou falar do futebol... KKK #VaiCarol

Me, myself and Leo

Como diplomata a Claudia, às vezes, tem que fazer algumas viagens. Essa é a segunda vez que ela tem que viajar para visitar um americano e eu fico com o Leo. Ela foi quarta-feira pra não-sei-onde e voltou hoje. Dessa vez foi mais tranquilo: já passamos pelas duas noites e o Leo não chorou chamando pela mãe. Da outra vez ela se ausentou pelo mesmo tempo, mas pareceu uma eternidade de tanto que ele chorava e chamava por ela. E dessa vez ela deixou até o carro para mim – eu precisaria dele hoje para levar o Leo no futebol – e claro que novamente o carro deu problema na minha mão. Sorte que eu só tirei ele da garagem hoje para ir ao futebol. Fomos com uma certa dificuldade: o carro morreu umas duas vezes no caminho mas conseguimos chegar. Na saída que ele não funcionou nem com reza brava! Então como eu sabia que a Claudia já estava de volta mandei um SMS pra ela contando a história. Resumo de tudo: até o professor do Leo tentou fazer com o que o carro funcionasse, mas o bendito morria

Antes tarde do que nunca

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Eu aprendi com meu avô que "a sua palavra é seu bigode". Eu não tenho bigode - graças a Deus. Mas tenho palavra. E eu havia prometido postar fotos em dois posts um pouco antigos... Um é sobre o festival das luzes que teve na escola do Leo, pra quem não leu, os links estão aqui: http://vaicarol.blogspot.com/search/label/festival%20das%20luzes (copie e cole o link no seu navegador) E o outro é sobre o Revellion. Infelizmente ainda não recebi as fotos da Beth - e há uma grande possibilidade que eu não receba - então aqui estão as fotos do meu celular mesmo. Ah, é claro, o link dessa postagem pra quem não viu ou quer lembrar do que eu to falando: http://vaicarol.blogspot.com/2012/01/new-year-eve.html (copie e cole o link no seu navegador)

Sobrevivi! – parte 5

Domingo! Que alívio saber que era o último dia delas aqui em casa! Como todos dormimos cedo no sábado, domingo levantamos em torno das 9h. A Claudia foi pra academia, o Leo anda tão cansado que não quis ir com ela. As duas ficaram se arrumando aqui – o voo delas era as 15h. A Claudia chegou, nos arrumamos e fomos pro aeroporto. Mas dessa vez quem fez birra foi o Leo. O bom é que a Claudia e eu cortamos e eu acho, sinceramente, que a birra dele foi porque ele estava com fome. Depois que comemos um lanche as 14:30h – no aeroporto mesmo – ele voltou a ser aquela criança doce e adorável que eu estou acostumada a ver. Chegamos em casa bem cansados, mas estava um dia super gostoso e decidimos entrar na piscina! Foi uma delicia! Uma coisa boa a vinda delas trouxe pra gente: a piscina. Eu nunca tinha entrado porque a água era bem gelada, mas agora os dias estão tão quentes que a água esta agradável. Se elas não tivessem vindo eu não teria “testado” a temperatura da água da piscina. Também,

Sobrevivi! – parte 4

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Na sexta-feira finalmente elas decidiram sair um pouco! Foram para a Table Mountain e nos deixaram em paz. O Leo tinha futebol a tarde e eu fiquei com o carro para levá-lo ao futebol. Foi um dia maravilhoso! Ficamos em paz, brincamos, ele comeu bem e se divertiu no futebol. A noite a Claudia tinha um compromisso, então eu falei pra Fátima que a gente poderia ir a um restaurante. Ela topou e lá fomos nós ao Spur. É obvio que quando a Clara viu o Mc Donald’s ela queria parar lá, mas eu convenci ela e fomos ao Spur – é bem melhor. Lá no restaurante eu fiquei feliz! Eu fiz tudo sozinha: conversei com o garçon, pedi nossos lanches, expliquei o cardápio pra Fátima. Foi muito legal! Chegamos em casa em torno das 10:30h, dente-dente, cama-cama. A cooking class começou nesse sábado. A Claudia havia convidado as duas para a aula, mas a Fátima decidiu que não iria. Então a Clarinha foi com a gente. Sem a mãe até que ela é uma criança suportável. No caminho para a cooking class eu queria conve

Sobrevivi! – parte 3

Na terça era dia da Caroline – e eu completamente arrependida por ter dito que não iria à minha escola nesse período. Levei o Leo pra escola dele, voltei pra casa e fiquei conversando com a Caroline até as duas levantarem. A Fátima também queria conversar com a Caroline, mas o diálogo era impossível. Eu precisava ficar no meio “traduzindo” o que uma dizia para a outra. Pior é a Fátima falando “estruped” no lugar de “raped” – em português ela fala estrupo no lugar de estupro – entre outras coisas... E um pouco antes de eu ir buscar o Leo, a Fátima decidiu que merecia um dia de folga. Largou a filha dela comigo e com a Caroline e foi ao shopping Cavendish. Ela chegou em casa quase 7h da noite, no mesmo horário que a Claudia. Quando eu contei pra Claudia ela não gostou nada, nada e falou que ia conversar com a Fátima, mas acho que ela não falou porque na quinta a Fátima fez a mesma coisa. Na quarta o Leo tem natação, então não saímos de novo – nem as duas. A Clara falou que só sairia

Sobrevivi! – parte 2

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Na segunda levei o Leo pra escola, voltei pra casa e fui pra cama. A Fátima e a Clara acordaram lá pelas 10 e tanto mas eu só levantei as 11h. Arrumei o que eu tinha que arrumar, ajeitei o almoço pro Leo e pra Clara e fui buscá-lo na escola. À tarde nós 4 – Fátima, Clara, Leo e eu – fomos à Bolders Beach, a praia dos pinguins. Dessa vez eu fiquei contente! Vi um montão de pinguins e novamente eles estavam tão perto da gente que era só esticar a mão e conseguir tocá-los. E novamente não o fiz... O Leo ficou "pendurado" em mim o tempo todo. O Leo estava super cansado com todo esse tumulto em casa e foi ficando mais estressado conforme a semana foi passando. Ele também já não aguentava mais aquelas duas aqui em casa. A Clara ficava correndo atrás dele o tempo todo e falando com ele e querendo os brinquedos dele. Sinceramente, a cena era tão patética que parecia que ela tinha 4 anos e ele, quase 8. Pior é que lá pela quarta-feira ele começou a imitar o padrão de comportamen

Sobrevivi! – parte 1

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Na sexta, 20/01, elas acabaram chegando super tarde e a Claudia foi pra casa da Beth sem elas. Confesso que eu dei graças a Deus. Ficamos em casa, coloquei o Leo pra dormir na cama dele, mas no meio da noite ele veio pro meu quarto. Era meu fds de folga, mas no sábado ele acordou 7 e pouco da manhã. Consegui enrolar ele na cama até quase 8:30h, quando decidi levantar. A Angela já estava de pé. Me arrumei, arrumei ele, dei café pra ele e a Angela e eu ficamos conversando. A Claudia, a Fátima e a Clara ainda estavam dormindo – eu escutei a Claudia chegar durante a madrugada, mas não vi a hora. A gente havia combinado de ir passear no Cabo da Boa Esperança. Então mesmo na minha folga – e com aquela baita bagunça em casa – decidi ficar para ir junto. Lá pelas 10 e tanto a Fátima e a Clara acordaram e daí começa meu martírio! Aquela menina fala mais do que 10 crianças juntas e a Fátima está mais preocupada com o que o Leo comeu do que com a própria filha. Ela fica me falando que eu tenho