Farewell
Últimas horas em CT e eu não sei o que sentir. O choro vem cada vez que penso que estou indo embora e a cada pessoa que digo adeus. Mas não é um choro só de tristeza é um misto de tristeza e alegria. Tristeza por deixar um lugar tão lindo e pessoas tão maravilhosas que conheci aqui, tristeza por deixar uma vida que eu cultivei nos últimos 197 dias, por deixar para trás tanta coisa por fazer, lugares para conhecer e pessoas para encontrar. Mas alegria por estar de volta em casa, alegria em estar com minha família e amigos que estão sofrendo com a saudade e a distância. Alegria por não ter que me preocupar em entender e ser entendida porque vou voltar a falar e escutar português em todo lugar que eu for.
A experiência de morar fora é incrível! Adorei falar inglês e ouvir esse idioma na maior parte do tempo e acho até que vou estranhar quando começar a ouvir português por todo lado, mas aqui em South Africa eu aprendi que não há idioma mais lindo e melhor para se falar do que a nossa “língua materna”. E aqui eles podem falar a respeito disso com experiência: o país tem 11 idiomas oficiais, nem os sulafricanos conseguem numerar todos os idiomas quando tentam me falar quais são.
E cada um preza muito sua cultura e sua língua materna. Você encontra pessoas nas ruas, nos trens, táxis, shoppings, ônibus falando suas línguas maternas. Confesso que isso me deixa fascinada, o mais incrível é ver duas pessoas conversando entre si sem falar o mesmo idioma, isso acontece muito com inglês a afrikaans e afrikaans e xhosa. As pessoas conseguem entender o outro idioma, mas não se sentem a vontade em falar por não dominar completamente e fica uma pessoa falando um idioma, outra falando outro e as duas se entendendo! E eu penso: “pra quê Torre de Babel”?
O país é incrível, a cultura maravilhosa! As pessoas aqui parecem mais apaixonadas por futebol do que os brasileiros – mas os times locais não são tão bons, então na maior parte do tempo eles torcem pra times europeus – os pontos turísticos são apaixonantes e a cada lugar que você vai, você consegue ver uma montanha diferente ou outro ângulo da mesma montanha. É espetacular. O clima é gostoso, tudo é perfeito!
Tá bom, nem tão perfeito assim: as pessoas vivem como se estivessem na década de 50 no Brasil, ser mãe solteira é um tabu, ser separada é pior ainda! Filho criado sem pai é considerado um futuro marginal. Outras coisas são inacreditáveis: os homens podem se casar com mais de uma mulher – o presidente daqui tem 10 esposas e 20 filhos –, o noivo tem que pagar um dote pela noiva. Os maridos tem “namoradas”, as esposas sabem e aceitam isso, as mulheres tem que ficar em casa cuidando da casa e dos filhos, as poucas que trabalham fazem isso porque precisam ajudar no sustento da família, mesmo assim ao chegar em casa elas não tem ajuda do marido em casa.
Eu poderia morar aqui por mais dois ou três anos e acho até que conseguiria entender bem o afrikaans e meu inglês ficaria perfeito, mas não conseguiria passar toda a minha vida aqui. Eu sou muito “progressista” pras pessoas daqui. As próprias mulheres discriminam mães solteiras e eu vejo em pessoas como a Claudia, a Faith e a Donna como elas marginalizadas por serem mães solteiras.
O que sei é que vim parar em um país completamente diferente dos países dos meus sonhos, em um continente que eu nunca imaginei que colocaria os pés e essa foi uma das melhores experiências da minha vida! Eu poderia passar o resto do ano escrevendo e tentando descrever todas as experiências e sensações que tive aqui e não conseguiria colocá-las em palavras. E são nesses momentos singulares que eu sinto a presença do meu avô que sempre soube o que era melhor pra mim e que, eu tenho certeza, está no céu comemorando junto comigo essa vitória da minha vida e intercedendo para que as nossas vidas sejam sempre melhores, para que a gente cresça tanto pessoal quanto profissionalmente e dando uma forcinha para que nossos sonhos, mesmo os mais malucos, se realizem. Vô, obrigada por tudo!
Exatamente em 4 horas estarei dentro de um avião, a caminho de casa. Tenho muitas outras histórias pra contar além das narradas aqui no blog! E terei muito mais histórias ao longo da minha vida. Dessa vez serão somente 5 dias no Brasil e domingo embarco pros States, espero que seja uma experiência tão incrível quanto foi aqui em Cape Town. E vou continuar contando pra todo mundo, por aqui, o que eu tenho aprontado pelo mundo!
#VaiCarol
A experiência de morar fora é incrível! Adorei falar inglês e ouvir esse idioma na maior parte do tempo e acho até que vou estranhar quando começar a ouvir português por todo lado, mas aqui em South Africa eu aprendi que não há idioma mais lindo e melhor para se falar do que a nossa “língua materna”. E aqui eles podem falar a respeito disso com experiência: o país tem 11 idiomas oficiais, nem os sulafricanos conseguem numerar todos os idiomas quando tentam me falar quais são.
E cada um preza muito sua cultura e sua língua materna. Você encontra pessoas nas ruas, nos trens, táxis, shoppings, ônibus falando suas línguas maternas. Confesso que isso me deixa fascinada, o mais incrível é ver duas pessoas conversando entre si sem falar o mesmo idioma, isso acontece muito com inglês a afrikaans e afrikaans e xhosa. As pessoas conseguem entender o outro idioma, mas não se sentem a vontade em falar por não dominar completamente e fica uma pessoa falando um idioma, outra falando outro e as duas se entendendo! E eu penso: “pra quê Torre de Babel”?
O país é incrível, a cultura maravilhosa! As pessoas aqui parecem mais apaixonadas por futebol do que os brasileiros – mas os times locais não são tão bons, então na maior parte do tempo eles torcem pra times europeus – os pontos turísticos são apaixonantes e a cada lugar que você vai, você consegue ver uma montanha diferente ou outro ângulo da mesma montanha. É espetacular. O clima é gostoso, tudo é perfeito!
Tá bom, nem tão perfeito assim: as pessoas vivem como se estivessem na década de 50 no Brasil, ser mãe solteira é um tabu, ser separada é pior ainda! Filho criado sem pai é considerado um futuro marginal. Outras coisas são inacreditáveis: os homens podem se casar com mais de uma mulher – o presidente daqui tem 10 esposas e 20 filhos –, o noivo tem que pagar um dote pela noiva. Os maridos tem “namoradas”, as esposas sabem e aceitam isso, as mulheres tem que ficar em casa cuidando da casa e dos filhos, as poucas que trabalham fazem isso porque precisam ajudar no sustento da família, mesmo assim ao chegar em casa elas não tem ajuda do marido em casa.
Eu poderia morar aqui por mais dois ou três anos e acho até que conseguiria entender bem o afrikaans e meu inglês ficaria perfeito, mas não conseguiria passar toda a minha vida aqui. Eu sou muito “progressista” pras pessoas daqui. As próprias mulheres discriminam mães solteiras e eu vejo em pessoas como a Claudia, a Faith e a Donna como elas marginalizadas por serem mães solteiras.
O que sei é que vim parar em um país completamente diferente dos países dos meus sonhos, em um continente que eu nunca imaginei que colocaria os pés e essa foi uma das melhores experiências da minha vida! Eu poderia passar o resto do ano escrevendo e tentando descrever todas as experiências e sensações que tive aqui e não conseguiria colocá-las em palavras. E são nesses momentos singulares que eu sinto a presença do meu avô que sempre soube o que era melhor pra mim e que, eu tenho certeza, está no céu comemorando junto comigo essa vitória da minha vida e intercedendo para que as nossas vidas sejam sempre melhores, para que a gente cresça tanto pessoal quanto profissionalmente e dando uma forcinha para que nossos sonhos, mesmo os mais malucos, se realizem. Vô, obrigada por tudo!
Exatamente em 4 horas estarei dentro de um avião, a caminho de casa. Tenho muitas outras histórias pra contar além das narradas aqui no blog! E terei muito mais histórias ao longo da minha vida. Dessa vez serão somente 5 dias no Brasil e domingo embarco pros States, espero que seja uma experiência tão incrível quanto foi aqui em Cape Town. E vou continuar contando pra todo mundo, por aqui, o que eu tenho aprontado pelo mundo!
#VaiCarol
Boa viagem, que Deus e seu avô estejam ao seu lado.
ResponderExcluirBeijos
obrigada!
ExcluirBjos@