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Farewell

Últimas horas em CT e eu não sei o que sentir. O choro vem cada vez que penso que estou indo embora e a cada pessoa que digo adeus. Mas não é um choro só de tristeza é um misto de tristeza e alegria. Tristeza por deixar um lugar tão lindo e pessoas tão maravilhosas que conheci aqui, tristeza por deixar uma vida que eu cultivei nos últimos 197 dias, por deixar para trás tanta coisa por fazer, lugares para conhecer e pessoas para encontrar. Mas alegria por estar de volta em casa, alegria em estar com minha família e amigos que estão sofrendo com a saudade e a distância. Alegria por não ter que me preocupar em entender e ser entendida porque vou voltar a falar e escutar português em todo lugar que eu for. A experiência de morar fora é incrível! Adorei falar inglês e ouvir esse idioma na maior parte do tempo e acho até que vou estranhar quando começar a ouvir português por todo lado, mas aqui em South Africa eu aprendi que não há idioma mais lindo e melhor para se falar do que a nossa “l...

Miriam's Song

Tudo o que eu li nesse livro me deixou muito impressionada, é muito além do que eu aprendi na escola, muito além das minhas pesquisas na internet e, às vezes, até mais cruel do que algumas histórias que a Caroline me contou. E eu não me refiro somente às condições de estudo por causa da Bantu Education (educação para negros), me refiro a tudo: a Miriam vivia em um lugar perto de Johanesburg chamado Alexandra, uma área exclusiva para negros. Em Alexandra as casas não tinham energia elétrica e nem água encanada. Pelo que eu entendi todos moravam em espécies de cortiços, em casas de 2 cômodos que, no caso dela, era dividida por uma família de 9 pessoas. Mas dependendo da família eram mais pessoas nas casas, mas as casas nunca eram muito maiores do que 2 ou 3 cômodos e com uma fossa no quintal que era dividida entre todas as casas do quintal. A taxa de desemprego em Alexandra na década de 80 chegava a 60% e a violência – inclusive por parte dos policiais – era muito grande. As taxas de e...

Passeios

Antes de ir viajar, a Claudia me falou que uma moça lá do consulado, a Julia, iria me ligar pra combinarmos de sairmos a noite na sexta. Eu já conhecia a Julia daquela festa aqui em casa e de outra que eu fui no consulado. Na quinta, depois que a Claudia saiu, a Julia mandou um SMS falando a respeito da saída na sexta e falou que ligaria na sexta para combinarmos. Na quinta à noite a Claudia me ligou falando que eles tinham chegado bem em Johanesburg, mas que o Leo chorou no aeroporto falando que estava com saudades de mim... Isso cortou meu coração! Eu já aprendi a amar esse pequenininho. Então falei com ele um pouco no telefone e falei pra ele ficar bem, ficar feliz porque logo ele estaria de volta, pra ficar comigo. Na sexta à tarde a Julia ligou falando que não daria pra gente sair, mas que ela tinha uma festa de uns amigos para ir no sábado a tarde e se eu queria ir com ela. Nem pensei, topei na hora! Então ela ficou de me ligar no sábado de manhã para combinarmos tudo certinho...

Desventuras em South Africa

Agora eu me sinto mais segura por aqui: o idioma não me assusta mais, já conheço os caminhos que eu sempre faço, não me incomodo com as pessoas me olhando como se eu fosse um ET no taxi e até me adaptei à mão de direção invertida – tanto como pedestre quanto como motorista. Então, claro que tinha que acontecer alguma coisa pra me mostrar que confiança sempre é bom, mas excesso de confiança não é legal. Hoje eu saí atrasada pra ir pra escola. Na real eu tenho saído meio atrasada todos os dias porque eu espero a Caroline chegar para levar o Leo na escola e com isso acordo ele no horário normal dele e vou arrumando ele. Quando ela chega, ele está quase pronto mas sempre falta alguma coisa. Daí vou falando com ela, arrumando ele e acabo saindo de casa uns 10 minutos mais tarde do que eu costumava sair ano passado. Com o atraso de 10 minutos eu geralmente perco meu ônibus e tenho que ir de trem. Até aí sem problemas, agora aprendi que tenho que pegar a primeira classe e assim as pessoas ...

Facts about South Africa

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Esse post vai para minha amiga Jana Marne. Não sei se é exatamente o que ela me pediu, mas tai: • Todas as portas da casa, exceto as portas do banheiro, são de vidro – como portas de entrada – com desenhos jateados. Elas não são transparentes, mas não te dão a privacidade que temos no Brasil; • Nos banheiros não há nenhum ponto de eletricidade. A água dos chuveiros é aquecida por energia solar, o interruptor da lâmpada fica do lado de fora e não há nenhuma tomada para ligar o secador de cabelos ou qualquer coisa do tipo; • As janelas não tem persianas – nem mesmo as dos quartos. É tudo na base da cortina, mas as cortinas são boas e realmente não deixam passar nenhuma luz; • As crianças chegam na escola descalças; E os adultos também tem o mesmo hábito, eles andam descalços em qualquer lugar: no shopping, no mercado, em casa... • As bicicletas das crianças não tem pedais e nem aquelas rodinhas que as nossas crianças usam. Eles impulsionam com os pés. Eu gostei, eles criam e...