Acampamento

Gente sei que estou em débito com vocês! Mas com todo mundo aqui em casa, com meus livros da Laurell Hamilton (cada vez melhores) e sem ajuda da internet ta complicado atualizar o blog! Sem falar que essa semana o teclado do meu note deu um pau federal e eu precisei de “assistência técnica” pra resolver... Mas vamos lá! Aposto que tem bastante gente curiosa... Pelo menos 3 pessoas já me perguntaram como foi. E só tenho uma palavra para descrever: INCRÍVEL!
Confesso que eu estava um pouco insegura e até mesmo na sexta-feira antes da Mandy me buscar eu estava pensando em desistir. Mas se eu desistisse, iria passar mais um final de semana socada em casa... Então nem pensei muito e resolvi ir. Você deve estar se perguntando por que eu queria desistir, né? Simples: já tive muita vontade de acampar, mas quando eu era mais nova... Hoje em dia sou um pouco fresca – ta mãe, sempre fui, mas agora eu to pior – e exigente com algumas coisas, tipo banheiros por exemplo. E eu fiquei pensando naqueles banheiros “coletivos” onde provavelmente estaria tudo sujo, fiquei pensando em dormir numa barraca, no chão... Eu realmente estava insegura. Mas entre ficar em casa e a possibilidade de conhecer mais pessoas, abracei a possibilidade, tentei não pensar nas coisas “ruins” e segui em frente.
E para minha sorte eu segui em frente. Os banheiros eram super limpinhos – aliás, não sei por que do meu medo, porque TODOS os banheiros de uso coletivo aqui em Cape Town são super limpinhos, parecem o banheiro da casa da gente – e a Mandy, além dos sleeping bags, levou colchões de inflar pra gente dormir. Sem falar que o lugar é lindo e uma das irmãs dela havia alugado um chalé, então passávamos o dia todo no chalé junto com o pessoal.
Quem foi? Vamos lá... Sinceramente não sei o nome de todo mundo, mas vou tentar: eu, a Mandy(1), as duas irmãs delas: Renata(2) e Iolanda(3), os namorados delas Lincoln(4) e o da Iolanda eu não sei o nome(3), a Jane(5), uma amiga da família delas, e mais um casal que eu não sei os nomes(6) com duas crianças adoráveis: a Jesse(7) de 10 anos e o Jay(8) que completou 4 anos no domingo.



O camping foi uma imersão em inglês e afrikaans. Sinceramente acho que me saí muito bem com meu inglês e até aprendi algumas palavras novas em afrikaans e assim como a Julia (http://vaicarol.blogspot.com/2012/02/passeios.html) a Mandy, família & amigos são todos colored e eles falam inglês e afrikaans ao mesmo tempo. Foi muito engraçado porque no primeiro dia às vezes alguém ia falar comigo e colocava palavras em afrikaans no meio da frase, eu fazia cara de “ué” e alguém vinha em meu socorro dizendo para o dono da frase só usar só inglês comigo. Depois disso eles acostumaram e quando eu não entendia alguma coisa, a Mandy ou alguém vinha em meu socorro. Eu conversei bastante com o Lincoln, o namorado da Renata, ele é uma graça. E fizemos muita coisa lá. Mas deixa eu começar do começo:

A Mandy me pegou em casa na sexta, 23/04/2012, a tarde e fomos pra casa dela. Ela mora em uma casa muito bonita, mas bem longe daqui em Goodwood – 40 minutos de carro – ela mora com o noivo dela e com os dois filhos deles. Na sexta só o Dion – o noivo – estava em casa, eu o conheci, colocamos todas as coisas no carro, nos despedimos dele – sim, ele não foi com a gente – e fomos pro acampamento. Já estava escuro e a Mandy tinha um papel com as direções anotadas que ela pegou do site do camping, mas não ajudou muito! Estava tudo tão escuro que a gente não conseguia ver nada e as referências do papel eram duas fazendas, só conseguimos encontrar uma. Ficamos perdidas. Ela parou no caminho, ligou pra Iolanda e ela nos ensinou como chegar lá. Depois disso só alegria, certo? Quase! Ainda tínhamos que montar nossa barraca, eu estava esperando uma dessas tipo “iglu”, mas a barraca era uma casa inteira! E o camping todo escuro! O pessoal foi tentando montar a barraca e eu segurando a lanterna pra ajudar. Depois de um tempo ainda ligamos os faróis do carro porque estava difícil de enxergar só com a lanterna. Não sei quanto tempo demoramos – eu acho que foi mais de uma hora – mas montamos a barraca! LINDA! Com dois quartos, uma entrada, bem legal! Um dos quartos era menor e a Mandy deixou pra gente colocar toda a “bagunça” lá dentro, no outro colocamos os colchões, os sleeping bags e voilà, tínhamos nosso quarto prontinho! Ah! Eu levei a minha bandeira do Brasil e penduramos ela na barraca, ficou bem legal!


Assim que terminamos de montar nossa barraca, a Renata e a Jane chegaram com mais uma barraca pra montar... E lá foram eles – eu resolvi não tentar ajudar porque eu sei que eu só ia atrapalhar, então continuei segurando a lanterna – a barraca delas era um “iglu” e foi montada rapidinho, acho que levaram uns 20 minutos, foi muito rápido!
Depois disso subimos pro chalé e eles acenderam o fogo pra começar o braai – no Brasil a gente chama de churrasco – ta, mãe, eu sei que eu falei que sou vegetariana agora! Mas eu tinha me preparado: levei grão de bico pra fazer salada, alface, pão e a Mandy comprou mili – espiga de milho – pra gente assar na churrasqueira pra mim.


Depois de comer ficamos sentados e conversando. O Lincoln estava sentado ao meu lado e sem ninguém perceber começou um telefone sem fio e eu seria a última pessoa da linha. Saiu besteira, né? Não lembro a frase original, mas eu entendi que alguém ia se matar na churrasqueira não-sei-porquê, a frase original era imensa. Foi muito engraçado, até eu ri porque sabia que a frase não era essa. Aliás, só consegui falar o que eu entendi pra todo mundo depois de uns 5 minutos, quando eu parei de rir! E como eu reclamei que era injusto me deixar no final da fila me falaram pra eu começar então... Daí eu falei o seguinte em inglês, claro: “eu faço caipirinha se a gente comprar vodka e limão”. O final do telefone parou no Lincoln e a frase final foi alguma coisa do tipo: “eu vou engravidar de vodka com limão”. Eles me perguntaram o que era, eu expliquei e eles caíram na risada, daí cada um foi falando o que entendeu e eu rolei de rir!

Fomos dormir quase 2h da manhã, no sábado acordamos em torno das 9h. Tomamos café nas barracas e subimos pro chalé. O meu café da manhã foi ovo frito com pão, aqui eles tomam café da manhã igual americano, é muito estranho. Mesmo assim entrei na “dança” e comi a minha parte. Pra elas, ainda tinha salsicha.


Quase todo mundo no chalé estava dormindo, mesmo assim puxamos umas cadeiras e ficamos por lá conversando. Até que foram acordando, se arrumando... As crianças foram pra piscina e a gente continuou por lá.
Logo depois do horário de almoço a Jesse me convidou pra jogar mini golf e lá fomos nós. Ela joga pela escola, mas eu me diverti pra caramba! Eu nunca tinha jogado golf na minha vida!!!


Lá pelas 14h eu tava caindo de sono, não tive dúvidas: juntei minhas “tralhas” e fui pra barraca, peguei meu livro, deitei no meu colchão, entrei no sleeping bag li um pouco e dormi até quase 17h quando a Mandy veio me chamar porque eles estavam acendendo o fogo de novo pra mais um braai.


Levantei e fomos pro chalé o Lincoln, a Renata e a Mandy ficaram me zoando, chamando de dorminhoca e talz, mas só eles não dormiram, todo o resto do pessoal descansou um pouco naquela tarde.
Então enquanto eles faziam o braai eu fui pra cozinha e comecei a fazer minha salada de grão de bico. A Mandy pegou o alface e foi fazendo e eu pedi pra fazermos o milho no braai de novo. Acho que tudo ficou pronto em torno das 20h e para meu espanto tinha tanta coisa vegetariana que eu nem acreditei! Tinha uma salada de batata com ovo e maionese igual a minha tia Tata faz,a salada de alface, a salada de grão de bico, o milho e nem lembro mais o quê, mas tinha mais coisas. Achei super bonitinho da parte deles terem se preocupado comigo e feito esse tanto de comida por minha causa.
Depois do jantar fizemos uma fogueira e ficamos sentados em volta do fogo. Daí, lá pelas 10h da noite estávamos entediados e resolvemos ir pro salão de jogos. Pegamos duas mesas de sinuca – mas aqui não chama sinuca e as regras são um pouco diferentes – jogamos umas duas partidas e o mocinho veio avisar que estavam fechando o salão as 23h. Voltamos pra nossa fogueira, conversamos mais um pouco e fomos dormir em torno da meia noite. Essa noite o vento estava mais forte ainda, era possível ouvir ele “uivar” do lado de fora da barraca e também dava pra sentir ele entrando por baixo, levantando a cobertura da barraca e chegando até nós. Confesso que demorei um pouco para dormir, não porque estava com medo, mas porque queria curtir esse momento, dava pra sentir a natureza, o silêncio e com um pouco de imaginação dava pra sentir os grandes predadores caçando em algum lugar não tão perto da gente. Parecia mágica, eu nunca havia imaginado que algum dia eu iria acampar em plena África.

No domingo acordei com a Mandy levantando umas 7h da manhã e fiquei na cama. Às 8h eu comecei a acordar, mas tava com a maior preguiça e fiquei enrolando no meu sleeping bag. Levantei quase 9h e quando fui procurar a chave do banheiro, cadê? Elas tinham levado pro chalé... Fiquei lá na barraca esperando por algum tempo até que desisti e resolvi subir no chalé e usar o banheiro deles. Foi quando eu vi uma torneira no meio do caminho que o pessoal usa pra lavar louça e as crianças, pra tomar água e não tive dúvidas: peguei um copo, fui até lá, peguei água e fui escovar os dentes atrás da barraca. Mesmo assim fiquei por lá, sozinha, arrumando minhas coisas, pois iríamos embora até o meio dia.
E menos de 10 minutos depois de eu ter escovado o dente dessa maneira, a Mandy apareceu! Fiquei com raiva de mim mesma por não ter esperado um pouquinho mais... enfim, faz parte da “brincadeira” e eu contei a história pra ela... Rimos juntas!

Arrumamos tudo, desmontamos a barraca e colocamos tudo no carro. Depois fomos pro chalé pra tomar café da manhã. Acredita que o povo tava comendo o frango que tinha sobrado do dia anterior às 10:30h da manhã, como café da manhã??? E alguém virou pra mim e falou: “Carol, vai lá, tem peixe pra você...” Eu só respondi: “Peixe? Peixe não é café da manhã...” E todo mundo riu. Daí perguntaram o que eu comia. Bom, como sou precavida eu tinha levado banana e maça, e foi o meu café da manhã... As crianças se juntaram a mim comendo banana.

Ficamos por lá, sentamos perto da piscina, os homens caíram na água, a gente não porque tava ventando muito e a água estava congelando! Não sei bem que horas a Mandy saímos de lá. Fomos pra casa dela e não havia ninguém, descarregamos o carro, guardamos o que foi possível e depois fomos pra uma praia perto da casa dela – Bleewberg – dessa praia é possível ver Robben Island e a Table Mountain, mas também tem a água super gelada – ice cold, como dizem aqui – andamos bastante por lá, tomamos uma água e voltamos pra casa dela.


Chegamos lá e a família dela ainda não havia chego, então eu fui tomar um banho e eles chegaram. Como eu já conhecia o Dion só fui apresentada às crianças: Dylan e Nicole. Eles são uma graça!
Conversamos um pouco, nos arrumamos e fomos pra missa. SIM, eu fui pra missa! Eu estava super curiosa pra ver uma missa católica aqui e como a Mandy e a família dela são católicos fervorosos aproveitei a carona. A missa foi super legal, o padre era uma graça. Eu entendi tudo e o mais “engraçado” foi quando a gente tem que responder às orações do padre porque eu não sabia as “respostas” em inglês, mas sabia todas em português. Então ao invés de tentar “traduzir” ou ficar balbuciando e tentando acompanhar o que o povo falava em inglês eu respondia bem baixinho, só pra mim, em português! Resolvido o problema... Afinal o importante é que Deus entenda, não é?

Na volta pra casa, passamos na casa da irmã do Dion pra deixar as crianças, eles estão de férias escolares – as férias aqui são diferentes das do Brasil - voltamos pra casa, peguei as fotos do camping com ela e ela ficou me mostrando fotos da família dela. ADOREI!
Fomos dormir em torno das 22:30h, eu dormi no quarto da Nicole e acordamos na segunda antes das 6h da manhã, ela começa a trabalhar as 7:30h e ainda tinha que me deixar em casa, então saímos da casa dela em torno das 6:20h. Me despedi do Dion e eles me convidaram para subir a Table Mountain a pé! Adorei a idéia, espero conseguir ir antes de ir embora!

#VaiCarol

Comentários

  1. "assistencia técnica" né? Conheço... ahaha...

    Eu tava aqui pensando com os meus botões depois de ler esse seu post... Já pensou quando voce voltar ao Brasil e resolver ficar por aqui mais um tempo, quem sabe voce não investe naquele antigo sonho de fazer facul de jornalismo, e daí depois de formada vai trabalhar em alguma revista de turismo?

    Imagine fazendo uma reportagem sobre esse camping, sobre a Table Mountain, ou de repente até escrevendo um livro contando suas aventuras em algum país....

    Tá, viajei... Mas pra quem jamais nem pensou que um dia acamparia em plena África, até que a faculdade de jornalismo e a revista de turismo não são uma piração...

    :D

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    Respostas
    1. Ahhh... acho que não... Isso realmente é só um sonho... Não tenho paciência para enfrentar outra faculdade nessa altura da minha vida e ter que começar a procurar emprego em outra área e talz...
      Mas quem sabe um dia eu escreva um livro? Quem sabe...

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