Festa de Ano Novo
No dia 02/01/2012 a Claudia estava de folga, mas ela tinha um compromisso do consulado para ir a parte da manhã. Era um desfile no centro da cidade, da comunidade coloured, chamado Tweede Nuwe Jaar. Como ela não tinha idéia do que era e de como era ela optou por não levar o Leo e eu.
Ela chegou em casa em torno das 3h da tarde e falou que o desfile era muito legal e que queria levar a gente! Eu fiquei super empolgada. Enrolamos um pouco e saímos lá pelas 5h – a previsão é que o desfile terminaria as 10h da noite.
O desfile é bem simples, com grupos de 100 a 300 pessoas. Elas vestem roupas coloridas, pintam o rosto de branco com algum colorido – às vezes glitter – e usam pequenas sombrinhas, como as usadas no frevo brasileiro.
Algumas pessoas tem instrumentos – geralmente percussão e sopro – que agita a galera. Alguns grupos carregam bandeiras com o nome do grupo, mas não é regra.
Nos grupos há pessoas de todas as idades: desde bebês de colo até senhores e senhoras que aparentam a idade da minha avó Maria – pra quem não sabe dia 22/01 ela vai completar 96 anos! Parabéns, vó!
Alguns homens ficam fazendo careta e movimentos com a boca e língua para a platéia.
Uma curiosidade é que éramos os únicos brancos lá. Tanto os integrantes dos grupos quanto o público eram, até onde eu pude ver, coloured ou muçulmanos. As crianças ficavam nos olhando e às vezes apontavam. Agora não me incomodo mais com isso, mas quando eu percebi chamei a atenção da Claudia para um grupo de crianças que nos olhavam de forma curiosa e ela achou engraçado.
Na terça-feira, dia 03, quando a Caroline veio, ela me trouxe um jornal local que falava desse desfile e eu falei para ela que havia ido ao desfile e fiz algumas perguntas sobre o evento.
Ela me disse que é um evento especial das pessoas coloured, das pessoas vindas do Malawi e dos muçulmanos para comemorar o ano novo. A celebração ocorre no dia 02 porque há muito tempo atrás eles eram escravos e tinham que trabalhar no dia 01/01, então os senhores davam o dia 02/01 para eles comemorarem.
Os rostos pintados são herança daquela época também. A pintura branca é uma referencia à cor da pele, como se pintados de branco eles fossem pessoas livres. As sombrinhas são só para dar um colorido ao desfile mesmo.
Ela falou também que os instrumentos de sopro, assim como o glitter no rosto, são coisas mais recentes, uma “modernização” da parada. Antigamente eram usados só os instrumentos de percussão, feito pelos próprios escravos.
Foi bem legal, pena que o Leo começou a ficar com fome e ficamos só 1 hora assistindo ao desfile.
Voltamos para casa, jantamos, conversamos um pouco. Banho-banho, dente-dente, cama-cama.
#VaiCarol
Ela chegou em casa em torno das 3h da tarde e falou que o desfile era muito legal e que queria levar a gente! Eu fiquei super empolgada. Enrolamos um pouco e saímos lá pelas 5h – a previsão é que o desfile terminaria as 10h da noite.
O desfile é bem simples, com grupos de 100 a 300 pessoas. Elas vestem roupas coloridas, pintam o rosto de branco com algum colorido – às vezes glitter – e usam pequenas sombrinhas, como as usadas no frevo brasileiro.
Algumas pessoas tem instrumentos – geralmente percussão e sopro – que agita a galera. Alguns grupos carregam bandeiras com o nome do grupo, mas não é regra.
Nos grupos há pessoas de todas as idades: desde bebês de colo até senhores e senhoras que aparentam a idade da minha avó Maria – pra quem não sabe dia 22/01 ela vai completar 96 anos! Parabéns, vó!
Alguns homens ficam fazendo careta e movimentos com a boca e língua para a platéia.
Uma curiosidade é que éramos os únicos brancos lá. Tanto os integrantes dos grupos quanto o público eram, até onde eu pude ver, coloured ou muçulmanos. As crianças ficavam nos olhando e às vezes apontavam. Agora não me incomodo mais com isso, mas quando eu percebi chamei a atenção da Claudia para um grupo de crianças que nos olhavam de forma curiosa e ela achou engraçado.
Na terça-feira, dia 03, quando a Caroline veio, ela me trouxe um jornal local que falava desse desfile e eu falei para ela que havia ido ao desfile e fiz algumas perguntas sobre o evento.
Ela me disse que é um evento especial das pessoas coloured, das pessoas vindas do Malawi e dos muçulmanos para comemorar o ano novo. A celebração ocorre no dia 02 porque há muito tempo atrás eles eram escravos e tinham que trabalhar no dia 01/01, então os senhores davam o dia 02/01 para eles comemorarem.
Os rostos pintados são herança daquela época também. A pintura branca é uma referencia à cor da pele, como se pintados de branco eles fossem pessoas livres. As sombrinhas são só para dar um colorido ao desfile mesmo.
Ela falou também que os instrumentos de sopro, assim como o glitter no rosto, são coisas mais recentes, uma “modernização” da parada. Antigamente eram usados só os instrumentos de percussão, feito pelos próprios escravos.
Foi bem legal, pena que o Leo começou a ficar com fome e ficamos só 1 hora assistindo ao desfile.
Voltamos para casa, jantamos, conversamos um pouco. Banho-banho, dente-dente, cama-cama.
#VaiCarol
Que bom que pelo menos voces não sofreram nenhum tipo de "preconceito" né?
ResponderExcluirTudo bem que o regime de segregação não existe mais mas... Vai que os "colors" entendem que aquele não é um evento onde branco é bem vindo e bem quisto... Ainda bem que não foi assim!
Não.. Os colored são tranquilos. Quem tem muito preconceito são os negros.
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